2 mil & 7 foi ano em que eu finalmente passei no vestibular depois de oito... oito não, nove tentativas mal-sucedidas. Foi o ano em que eu sobrevivi a um dos carnavais mais frustrantes já vistos pelos habitantes desta casa. Foi o ano em que quase não fui a festa alguma fora do eixo familiar. Foi o ano em que estive mais próximo de ser deserdado e excomungado por ter derrubado uma pilha de tijolos com a lataria do carro servindo de instrumento. Foi o ano em que eu me dei muito mal em todos os concursos públicos que cometi a audácia de me inscrever. Foi o ano no qual descobri que sofro de uma penca de doenças que não me permitem fazer uma série de coisas. Foi o ano em que desisti de ler Nietzsche pela quarta vez. E o ano em que mais fiz besteiras no geral.
Talvez seja o 2007 um número torto, enterrado até o pescoço por uma questão cabalística, mística ou uma provável paranóia minha. Mas ele que se vá com sua orelha esquerda pontuda e a outra em parte decepada.
2008 é redondo, tem piercing e tatuagem. Promessas a ele não terão. Só quero tudo em menor escala. Quero menos problemas, menos preocupações, menos medos, menos dias quentes, menos chuva, menos sol. Menos filas pra eu pegar, menos panacas pra aturar, menos sermão pra ouvir, menos erros, menos receios, menos falta de opção, menos ansiedade, menos impaciência, menos incredulidade, menos omissão, menos provas, menos atrasos, menos preguiça, menos insônia, menos todo o resto. Neste novo ano quero tudo de costume, só que em doses menores, fazendo o favor.