sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Sobral dançou o créu na velocidade 5

Isso desde ontem. E não se fala em outra coisa. Tremor, terremoto, abalo... É só concentrar, esperar, que ele vem. E ele vem, tem comparecido sempre e, pelo que tudo indica, continuará vindo.
Já beirava as duas horas de hoje, quando fui expulso da minha cama pra me unir ao que veio a ser, de fato, a madrugada com mais disposição e habilidade do ano.

-pausa-

[acaba de tremer novamente]

-fim de pausa-

A questão é ficar atento aos sinais. Se você acorda com a cabeça recebendo cascudos da cabeceira da cama, com sua mãe esbaforida na porta do quarto e ao olhar pela janela você vê uma procissão de camisolas e lençois lotando e loteando um espaço mínimo e seguro da rua que segundos antes estava totalmente deserta, é sinal que você está mal. Está no Ceará, sob tremores e clamores, em outras palavras: "azar o seu!".
O pior de tudo, além do susto e da insegurança, é a impotência visceral que transborda na mente da gente. Porque no final das contas, você nunca foi tão nada, e não pôde fazer tanto nada como nessas horas. É esperar... esperar que o sol chegue, que os afazeres cheguem, que as preocupações cheguem, pra isso maquiar o dia, assim não notar o que se passa terra a baixo, e à noite, provavelmente, passar por tudo de novo.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

No Oscar...

Tiveram as barbadas habituais, pra variar. Day-Lewis e "Onde os fracos não tem vez" que o digam. Mas fez todo o sentido do mundo, pra mim, Marion e Diablo terem vertido lágrimas, ali, nos depoimentos mais sinceros e honestos que consegui ouvir entre um bocejo e outro cochilo meu durante a exibição. É sempre bom ver o talento de um profissional sendo reconhecido. Meu Id, Ego e Super-ego promovem um mènage à trois nessas horas. E ver Ratatouille consagrado e um filme escandalosamente nazista recebendo prêmio, e um prêmio americano - feito para americanos - é incrivelmente estranho. Houve justiça. Comprovada. Após tamanhas tranqueiras sucessivas nos anos anteriores, houve justiça, enfim.

ado aado... cada um no seu quadrado

Seguindo a mesma linha de "Vai lacraia", temo obscenamente ter encontrado, via YouTube, a substituta da "Dança do créu". Alguém ainda duvida da nata competência brasileira em criar atrocidades sonoras grudentas e de longo alcance?

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Sobral é uma terra estranha

Uma cidade onde se encontra uma réplica do Cristo Redentor, uma cópia do Arco do Triunfo, uma frota de School Bus circulando pela área, um motel chamado "Sei lá", um clima que não faz menos de 40º - na sombra - pela tarde, que faz 18º na madruga e que ganha fama nacional com terremotos e homicídios em supermecados, não pode ser normal. É como uma Las Vegas, só que mais recatada, quase puritana, e sem cassinos, claro.

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Procurados

Entraram pra minha lista de "precisa-se com urgência":




quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Convenhamos

Isso deveria ser o meu registro pessoal da lua sendo embassada ontem à noite. É bem nítido que não dá pra ver droga nenhuma, assim como também é evidente meu mau jeito pra fotógrafo.



terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Forrest Gump

12 quadras é o que eu ando todo santo dia pra chegar ao cativeiro que escolheram pra sediar nosso curso até que o tão falado e nada visto campus seja erguido. Desço lá onde lê-se "Anel" todo fim de tarde e duas horas depois chego no "Fim do Mundo" arriado, semi-desidratado e algumas centenas de calorias mais magro. É uma beleza. Peregrinar debaixo do calor amazônico de Sobral, sem falar do risco iminente de ser obrigado a doar gentilmente seus tênis, ou celular, ou relógio a algum "necessitado" na esquina, trazendo nas mãos uma humilde arma de uso exclusivo das tropas no Iraque, não tem preço. Singelo que só vendo.
E claro, só aqui, na UFC de Sobral, você volta às aulas já com uma semana de férias. Exclusividade. Nossa patente.

domingo, 17 de fevereiro de 2008

O Japão é aqui

Assim que o relógio da parede girar o tempo necessário pra que minha mãe deixe de dormir calçada e pronta pra correr estrada a fora ao menor sinal de balanço, me lembre de dar aqui um breve comentário sobre o tremor que sacudiu boa parte do chão seco e calejado dessas bandas de cá do Ceará, na qual piso e habito por tempo indeterminado.

Quando criança, eu tinha uma lista de itens indesejados a experimentar, do tipo quebrar o braço, engessar a perna e por aí vai. Coisas estúpidas, onde também estava meu desejo sadomasoquista de sobreviver a um fenômeno natural como furacão ou terremoto. O que houve aqui, na verdade, está longe da classificação de terremoto. Tá mais pra um tímido e modesto tremor de terra, mas tremedeira essa que foi suficiente pra deixar muita gente vigiando o teto e as paredes a noite inteira.


Aqui quem me avisou foi o teclado, saltitando feito um celular tocando no modo vibracall. Depois foi minha cadeira, de plástico, branca, aquela das aulas bolshói, dando uma de cadeira de balanço, indo e vindo, da esquerda pra direita. Fui até à sala, e lá encontrei seis olhos estufados e paralisados no nada. Eram minha mãe, a irmã e a cachorra, cada uma mais inoperante que a outra, reclusas e intactas com o maior esboço no rosto de "que diabo foi isso?". Na rua, cena parecida, gente, gato, cachorro, papagaio, tudo sob o forte e competente abrigo das calçadas.


O mundo está às mínguas mesmo. É a água afogando tudo em San Pablo, é a bala fuzilando debaixo dos braços abertos do Cristo, é a mata fugindo sozinha das reservas amazônicas, é o vento carregando tudo no sul, o nordeste sacudindo... E você achando que as coisas não poderiam piorar.

Mais detalhes do acontecido aqui, aqui, aqui e aqui.

Dos valores argentinos

FuerzaBruta é insano. Confere no vídeo. Não pesquisei, mas acredito que o comercial do Fiat Punto deve ter sugado a idéia argentina.

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Um mamute, uma AR-15 e o Santo Graal...

São umas das poucas coisas que não se encontra no meu guarda-roupa.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Eu vou

"Me beija que eu sou cineasta" é a melhor alcunha para agremiações de foliões ensandecidos que tomei conhecimento no finado carnaval. É tão impróprio quanto criativo. E isso não se adquire nem é transmissível por qualquer outra via. Os daqui até tentam, coitados, inutilmente, mas tentam. Funciona, mais ou menos, na base do Ctrl C + Ctrl V, entende?!

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Pseudo E.Q.M

Vi a luz essa tarde. Pensei que ia, mas voltei. Então é a vista que escurece; os ouvidos que zinem; o corpo inteiro sua, as mãos, o peito, as solas dos pés; aí vem o frio, corre pela espinha, se espalha e depois se acumula nas juntas; você pensa que vai desmaiar, mas o pior de tudo é que não, você fica ligado no 220.
A causa era mais que boa. Doar sangue é bacana. No sentido mais altruísta da palavra. E foi aí que me lasquei. Bom foi. Só não pra mim. E não me avisaram nada. Tipo que eu fui na maior empolgação. Nervoso? O normal. Numa nice fiz um, dois minutos, enchendo meia bolsa e mais um tanto. Já nos minutos seguintes, tive a certeza de que não sei me comunicar em casos extremos. Até sei. Eu sabia. Mas quando a moça de branco me perguntou se eu estava OK, eu não sabia por qual incomodo começar. Era tudo ao mesmo tempo e tão rápido que respondi num dialeto que não sei de onde veio. Mas felizmente a moça entendeu. Isso bastou. Com os movimento de um ninja faixa preta no Pae May, ela arrancou os tubos e eu grogue lá fiquei por mais uns cinco minutos. Covenhamos que o negócio não é tão simples como nos cartazes. Sangue sendo expelido dos vasos em quantidade considerável é o quê? Hemorragia. Aquilo, meu caro, é uma senhora hemorragia. Dá só uma olhada no calibre do torçal. Estilo caneta BIC, ou quase isso. O meu era.
Mas não leve este post em consideração. Doe sangue você também. Se não salvar uma vida, ao menos você descobre, na prática, do que se trata um "desmaio sem perda de sentidos" e de quebra ainda ganha um lanchinho totally free.

D quatro quatro zero zero

Quem falou que "The 4400" era melhor do que "Heroes" merece ser excomungado, expulso do convívio social. Ontem, no horário ocioso da tv, o do brasileirão, vi a primeira temporada inteira. Ou melhor, quase toda, devido a minha paciência ter se esvaido antes que um dos 5 episódios me mostrassem uma única cena apenas, que pagasse o aluguel, ou que me fizesse querer ser abduzido agora mesmo. Mas nada feito. Perdi a noite e desperdicei minhas doletas. Mas gostei da abertura. Gostei mesmo. Da trilha também. E só.

Fazendo, ora!!!

Daí que no meio do exercício de Ética, ele pára, olha pro casulo na árvore, reflete uns segundos e pergunta:

- Se a gente colocar a lagarta no congelador ela vira borboleta?
- É o quê?!... Ela morre.
- E como faz pra ela virar borboleta?
- Ela faz um casulo.
- Como que ela faz um casulo?
- Hum... cala a boca e copia.
(Porra, faltei essa aula. Logo eu que quase tentei biologia)

Meia hora depois, dessa vez, no inglês, peço para ele me escrever "neta", em inglês, claro. Disse, repeti, ele fez. Ótimo. Agora há pouco, no entanto, abri o caderno pra dar uma conferida e lá encontrei um "grendóra" vivíssimo, escrito no papel pardo. Oh, Pai!

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

No meio da testa. À ferro e fogo.

O que significa DDA eu descobri há pouco tempo, mas, na verdade, o que descobri mesmo foi que cravei essa sigla na minha história para sempre. Mais precisamente em meados de 2005, quando o tapado aqui adentrou e utilizou como pôde um banheiro do colégio sem reparar que na porta, em letras garrafais, estavam estampadas a vogal "A" precedidas pelas letras "EL" em tons de branco num fundo preto. Inconfundível, certo? Nem tanto, estamos falando de mim. O riso, os espasmos e a cara de :O das moças na saída é algo que vagará na minha mente pelos restos dos meus dias. Sério mesmo. Me distraio, a cabeça só computa as funções do modo automático e fico cego. Tipo, primeiro que eu estranharia a falta de mictório no local, mas não se esqueça do dê-dê-ah e se atenha ao fato de que eu raramente o uso, dando preferência ao cubículo de um metro quadrado de privacidade. Segundo que eu também me questionaria sobre a ausente frangância de uréia recém lançada, em gotas, ao chão, substituída ali pelo ligeiro aroma de Bom Ar e de Pinho Sol nas paredes. Por último que eu também não me perguntei, por um mero segundo, pelo vaso de flores amarelas ao lado da pia, com o qual - e essa a maior prova de que carrego os sintomas de DDA nos couro- me distraí e não dei a menor importância para as mãos que chegaram a minha direita, suspenderam algo que deveria ser uma bolsa sobre o balcão e saiu sob murmurinhos de reprovação e espanto. Isso porque, na real, eu sequer ergui a cabeça pra conferir o reflexo no espelho. Bom, nem isso. Vai saber, né?! Talvez se não fosse pela massa feminina ao redor da porta, quando sai debaixo de vários "iiieeeeiiiiiiii" e dedos me apontando, eu estaria até hoje sem saber que por pelo menos uma vez na vida(que eu saiba), eu freqüentei e utilizei um W.C feminino.

domingo, 10 de fevereiro de 2008

ô língua lindra!!!

Enquanto isso a TV Diário, não satisfeita com a falta de qualidade em seu conteúdo, continua com uma revisão de GC primorosa.

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Sobre um tico

O Tico Sta Cruz parece um híbrido entre Ozzy Osbourne e Che Guevara, tem espírito rebelde, alma de revolucionário, um jeitão lento e é muito sensato. E foi ele o responsável pela melhor música de protesto que já ouvi. Cantada e interpretada. Procurando pela letra, descobri que ele também bloga. Aqui, no Clube da Insônia. Não curto o som, nem ele, nem a banda. Mas quando ele fala, eu páro pra escutar.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Divago...

Sonhar eu sonho. Assim, duas ou três vezes por mês. Pelo fato de que eu não durmo. Digo, durmo. Eu deito, e finjo que durmo. Então, quando páro com o teatro eu durmo, e raramente, sonho. Não menos raro que isso, eu lembro, daquilo que sonho. Daí que me vejo saindo de casa, deixando o país, indo pros EUA, pra civilização. Não dou pelota pros EUA. Porém é o mais próximo que tenho de London city. Eu ia, fácil, se pudesse. Sair daqui. Eu ia. Eu vou, um dia. Fazer pós, especialização, mestrado, o que der. O Júnior não aceita o trampo de Dubai. Não é London, óquei. Mas eu ia, se tivesse, como ele, anos de balcão nas costas. E não tenho. Fico na mesma. Aqui. Faço roda. Volto pro sonho, de ontem. Arrumei trocha, todas, feixei mala, fui à porta. E acordei.
Eu não durmo, mas quando durmo, não quero acordar. E sonho, às vezes, quando dá.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Mídia, eu faço mesmo.

Pra eu fazer mídia espontânea de um livro, ele precisa trazer alguma coisa, insignificante ou não, que permaneça na minha cabeça por um tempo. Mais ou menos quando tu fecha a última página e percebe que algo dele ficou, memorizado, chumbado, absorvido pela mente. Uma frase, uma passagem, uma espécie de mantra que tu vai carregar contigo até que o próximo te mexa com mais intensidade e esse ceda seu lugar. Pois bem, hoje, finalmente, e com pesar, ultrapassei o limiar de meu "O Caçador de Pipas". É como dizem. E é verdade. Estremece e verte seu eu mais íntimo e profundo. É praticamente uma auto-confissão. Seguida de punição pra qualquer e todo pecador que alcance-o um dia. "O Último Templário" seria a obra que viria a substituí-lo no meu fim de férias. Porém, os primeiros capítulos lidos já me deram o sinal vermelho de tempo perdido. Tem um texto vagabundo, com um enredo miserável. Me veio como uma tentativa inútil de inspiração, ou até mesmo cópia, sobre"O Código da Vinci" versão 1.0. Muito inventivo, exagerado e detalhado. Detalhado quase como os russos. E isso me prende numa história. Por mais extensa e chata que seja. Pega um russo. Qualquer um deles. Vê o Tolstói. Ou o Dostoiévski, também serve. Eles não detalham, eles usam microscópios fotoeletrônicos. Em tudo. Cena que escritor bom descorreria em cinco, sete páginas, eles transformam em vinte completas de ponta a ponta. Vão descrever tu, eles destrincham altura, tom de pele, textura do cabelho, o tipo de tecido das roupas, a origem do perfume e cada linha do rosto. Só de início. E usam cada metáfora estranha e estúpida que dá um nó de tão perfeita. O "Templário", assim de cara, é grandão feito os russos. Mas de perfeito não tem nada. Dou-lhe um test-drive. De uma semana. Passado esse tempo, fará companhia ao Nietzsche, que desisti faz tempo.
Por falar em café, bar, barista. Lembrei do Dean & DeLuca. Sempre quis trabalhar num lugar como aquele. Desde que acompanhava Felicity. Faria extra-time numa boa. E rindo.
Nunca me passou pela cabeça que poderia existir um Curso de Barista nessa vida. Muito menos sabia eu que pra fazer e servir café (é lógico que o trabalho não se limita a isso) era necessário gastar uma grana com aulas. Até que o blog da Lufec me pôs uma lanterna nas mãos e me apontou o caminho. E não foi só isso. Por causa dele eu despenquei no No Scrubs da Mari (mãe da Alice) que foi, sem dúvida, o achado do feriadão. É um blog limpo, que não cansa e distrai. Me distrai. Muito.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Stephen King é um autor que admiro mesmo sem ter lido nada de sua obra. Pelo simples motivo de "O Iluminado" ter saído, nadando em álcool e sob muita droga, daquela mente insana que ele carrega. Isso basta. E foi com Nightmares & Dreamscapes, série do TNT baseada nos contos dele, que esqueci do arrastão pagão lá de fora. Vi três episódios. Os três primeiros. Tirando o segundo conto que grita por biotônico fontoura de tão fraco, os outros dois pagam o aluguel sozinhos. O último então dá uma vontade alucinada de sair por aí escrevendo livros. Já no domingo, esse filho desgarrado do tédio, foi a oportunidade de "O sol de cada manhã" entrar chutando a porta, a janela e a parede, na minha lista top 10 de longas. É dos filmes que eu pago multa por atraso rindo à toa, sem culpa nenhuma. É curtinho, rápido e direto. Dá o recado, te tira do sério e aí já sobem os créditos. De longe, é esse o carnaval mais produtivo da história dos carnavais chuvosos e enevoados. É fato. Consumado, selado e carimbado.

sábado, 2 de fevereiro de 2008

Quer odiar ardentemente pizza pelas próximas horas? Então faça a receita da minha irmã. Leva óleo, leite, farinha, coloral, ovo, muito ovo, e algum outro ingrediente macabro do tipo extrato de fígado de peixe ou leite de cabra velha, que ela não quis me esclarecer. Ah, um detalhe insuportavelmente importante é que a gororo... massa, a massa, vai mole, vai líquida direto pra forma. O resto, o basicão: queijo, presunto, orégano, fica por sua conta. O resultado é uma merda. Uma droga. Saca só o naipe de como fica na foto, que, digo logo, está na mesma qualidade da pizza porque foi tirada a meia luz e pelo celular, então dá um desconto. Um dia eu já gostei de pizza, mas hoje não, não pra mim. Por hora, detesto, até segunda ordem.