domingo, 26 de outubro de 2008

Não há verdade, na verdade.

Não há uma única pelo menos. Uma precisa, direta e tão audaciosa, que responda à tudo - ou que ao menos tente tal fim. A verdade é múltipla, completamente mutável. É flexível e toma forma nos olhos de quem vê. Essa verdade depende exclusivamente de quem a vê. E a que me refiro agora é que quase perco as unhas dos dedos das mãos e o auto-controle com um filme de oito verdades e oito dimensões que refletem numa única verdade, numa única dimensão, duma só situação. É tudo uma questão de ponto de vista, e o meu teria sido bem mais simpático, caso o lazarento do DVD, de tão arranhado, não tivesse contribuindo ainda mais com a angústia nas travadas das cenas de maior tensão.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

E toda terça-feira à noite é assim:

Uma imensa, incondicional e vergonhosa...
Um legítimo "mood killer", eu diria. Uma ode ao tédio que nunca tem fim.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Blog Action Day 2008 - Poverty

Convenhamos. Nenhum outro tema é tão apropriado num período de crise financeira como essa. Com o planeta inteiro correndo o risco de virar um imenso ringue vermelho-azul-e-branco, a beira de um colapso nervoso generalizado, e com uma renda per capita, quem sabe, quase africana.
Eu mesmo não conheço a Uganda, o Senegal, o Cabo Verde ou o Haiti. Mas pinto um quadro bem parecido com esse caso as coisas piorem realmente por aqui. Imagine só. Ou melhor, abra a janela e veja a cena aí fora. Agora acenda uma vela e levante as mãos pro céu se você não integra o percentual brasileiro que sobrevive com menos de R$75 irreais por mês, ou se você não entra nos 57% da população nordestina desse país nessa situação, ou nos 78% lá do norte, ou ainda nos 21% do sudeste. Reze. Reze muito. E depois imagine de novo... Se aqui está como está sendo do jeito que é, que dirá se esses números crescerem tão rapidamente quanto a queda livre duma bolsa pesada e forrada de dinamite até a boca. Imagine aí. Pense. Reflita. Daí tente, se possível, esquecer.

sábado, 11 de outubro de 2008

Crepúsculo é bobo e vazio.

Tem uma bela duma moldura, mas é completamente oco. E o fato de, por acaso, ele ser dito "feminino" não tem nada a ver com a minha opnião - como já tentaram me justificar outro dia. Tem muito livro considerado "feminino" perdido por aí e que é muito bom sim. Livro bom é bom e ponto. Independente do gênero, do estilo, da capa, do autor. Digo, é lógico que conta, mas nome nenhum sustenta tudo sozinho, não por muito tempo. O conteúdo é que sempre faz o nome, bem ou mal, mas que faz, faz. E outra: eu não preciso ser um psicopata pra curtir "O Iluminado" ou um adolescente imaturo pra dizer que os livros do Pedro Bandeira são bons sim, e você é que não teve infância se não leu nenhum. É bom e acabou. Então não me vanha com esse lance de identificação que isso não rola.
E sobre o lançamento do filme em dezembro, verei sim senhor. Porque a história é boa, não nego. A idéia é interessante. E contada por alguém que saiba mesmo contá-la há de ser infinitamente melhor.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

"The rip" do Portishead

É o que eu escuto quando quero fugir e não posso sair daqui.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Eu adoraria escrever aqui um texto imenso sobre isso...

Mas eu não quero. Por "isso", entenda-se respeito e privacidade. Respeito à privacidade. A sua e a minha. Generalizando (à título de exemplo): a rede é pública, o site também, mas o conteúdo não. Entende? A regra é básica e muito simples também. Ao entrar aqui, em qualquer outro sítio ou em qualquer outro local físico que não seu, respeito amigo. Essa é a lei. Ao entrar na vida de alguém, mais uma vez, respeito. Em tudo, na verdade. Estamos tratando de intimidade aqui. Daquelas mal-interpretadas que te corrói o ego, a razão e o bom-senso. Que mesmo calada na dela e camuflada por risinhos e perdões, destrói, pouco a pouco, qualquer espécie de relação. A questão é saber utilizar a balança, que bom humor um dia falta. E não se pode prever a reação de ninguém até que se conheça de fato - se é que dá pra se conhecer um dia. E não tome, se possível, intimidade por desrespeito, que isso é pra lá de feio.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Só porque ela toma cerveja do jeito mais "mulherzinha" que existe

E porque chora fácil. E me inventa as maiores mentiras do mundo e eu sempre acredito. E porque tem um senso de direção feito barata embriagada com Baygon e um juízo que paga por mim e por ela. E porque ela me salva das perguntas sem respostas. E porque canta em alto e nem tão bom som assim, no meio da rua e não tá nem aí. Só porque ela dá pitaco em tudo e me convence sempre do contrário. Só porque ela tem a oratória de um nazista e discute por tudo em público. E porque ela detesta sushi e critica tudo que leio, assisto, faço e escuto. Só porque a gente finge que fala inglês e finge que se entende. Só porque ela é original de fábrica da Varjota e tem maior cara, braços e pernas de esnobe. Porque é toda certinha, metódica e previsível. Só porque hoje ela faz aniversário, começa mais um ano e mente que faz dezenove pela segunda vez (mas ela tem bem mais que eu sei). E daqui um ano a história se repete, ela tomando cerveja de canudinho, cantando "i say a little prayer for you", pra comemorar os dezenove mais uma vez.