sexta-feira, 31 de julho de 2009

Hung é legal

E eu estou convencido de que ela só não consegue uma audiência maior, aliás, mais justa com a história, porque venderam muito mal a série. Se você não der ouvidos à crítica e nem ler resenha alguma sobre ela e apenas assistir aos primeiros episódios, vai ver que a história gira em torno muito mais da crise da meia idade do que apenas de um "big dick" como o nome da série costuma ser vinculado por aí. Acho isso de uma estupidez e de um mal gosto absurdo, porque muita gente boicota a série justamente por achar que por lá a sacanagem impera do início ao fim, e nao é disso que se trata. As cenas nadam num humor negro afiadíssimo, os diálogos são muito bem montados e a trama em si - retirando as referências à má divulgação - caberia muito mais na definição de um drama do que no de uma comédia ou no de qualquer outra coisa do tipo.

Eu só continuo sem entender qual a lógica envolvida nesse marketting da série. Até porque a HBO é a HBO e ela não precisa disso, de jeito nenhum. E qualquer pessoa que acompanhe séries há algum tempo sabe como são as produções do canal. Elas são pesadas sim, os roteiristas não medem palavras, mandam o que vier na cabeça e o pudor passa longe dali, portanto, qualquer referência a sexo ou congêneres seria uma redundância, pois é de HBO que estamos falando. Então quem assiste já sabe o que pode esperar - taí True Blood que não me deixa mentir. Mas nem por isso ela é ruim, muito pelo contrário.

Fico imaginando se outras emissoras contratassem os mesmos marketeiros pra divulgarem suas séries... a ABC então teria que divulgar Grey's Anatomy como uma "ode ao sexo hospitalar", uma vez que o sexo também rola solto por lá, seja em macas, em armários, em banheiro, em sonho, enfim. Menção a isso existe o tempo todo e em todo lugar. E eu realmente acho desnecessário usar isso pra atrair ou até mesmo afastar a audiência. É uma contra-promoção que vai de brinde com a divulgação. Uma enorme idiotice, isso sim. Então não confie nos títulos, nem nos críticos, nem nas resenhas. Veja você mesmo e daí tire suas conclusões. Mas que tem muita coisa mal vendida no mercado por aí, pode ter certeza que tem.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

A regra é tão simples e tão óbvia...

Que muita gente simplesmente não consegue enxergar. Ou enxergam, mas preferem fingir que não, e então ignoram. A palavra-chave é reciprocidade. Agimos em resposta àquilo que recebemos dos outros. Seja gentil comigo e assim o serei com você. Até porque não há educação ou ética que resista por muito tempo aos coices que diariamente chegam até nós. Tem uma hora que esse muro todo de compostura se desfaz e a regra do espelho funciona novamente e tendemos a ser mal-educados em retorno ao mal-educado que se encontra do lado de lá.

Quando crianças aprendemos por imitação, por repetição daquilo que observamos nos outros, copiando o que eles fazem. É por isso que hoje falamos nossa língua da forma que falamos, andamos do jeito que andamos, aproveitamos - cada um da sua maneira - o carnaval no início do ano, nos reunimos durante as festas de fim de ano, enfim. Eu não me lembro de ter escolhido viver dessa forma, eu só represento e repito continuamente o que nasci vendo os outros fazerem. E essa regrinha básica e evidente segue pelo resto da vida.

De uma forma ou de outra, tendemos a refletir às ações daqueles com os quais nos deparamos. Quer que eu seja educado com você? Então seja educado comigo. Da mesma forma ofereço meu respeito, minha gentileza, minha gratidão... Assim como também minha ignorância, meu desprezo e o que mais você quiser que eu seja. Minha atitude é na verdade uma resposta e imitação da sua, e depende única e exclusivamente da sua ação. Basta você escolher.

sábado, 25 de julho de 2009

Posso quebrar a cara depois

Mas à primeira vista, não há nenhuma coerência numa notícia como essa. Querer juntar o Dr. Burke (Isaiah Washington) com o Murilo Rosa, ex-peão de America, num filme sobre alienígenas gravado aqui no Ceará... Dá certo isso?

Ainda não vejo nenhum nexo nessa parceria, mas espero realmente que exista. Sem falar no fato de que isso já tem todos os pré-requisitos pra dar muito errado: uma união sem sentido algum vinculada a um contexto igualmente sem pé nem cabeça. Posso morder a língua depois, mas, pra mim, "Área Q" mal nasceu e já está fadada a ser um enorme fracasso.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Eis as últimas aquisições

Que agora preenchem mais um pedaço da minha estante depois de uma promoção abençoada das Lojas Americanas nesse fim de semana.

"Casablanca" eu nunca vi, confesso. Mas de tanto ouvir falar - e bem - dele por todos esses anos, não pensei duas vezes. Comprei no ato, sem medo de me arrepender depois.

Já esse, vi e revi várias e várias vezes pagando o aluguel na locadora. E acho que nunca cansarei de vê-lo. Comprar o DVD, então, era só uma questão de tempo. Também já o citei muito aqui, por isso não vou falar mais nada.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Ah o forró!!!

Quando a gente pensa que já ouviu de tudo nas traduções (mal)feitas pelas bandas de forró, aparece mais uma que supera qualquer outra coisa já produzida anteriormente. Essa do Cavaleiros do Forró, que eu só fui atentar um pouco mais pelo conteúdo da letra hoje, é uma verdadeira aula sobre como traduzir uma música da forma mais ridícula possível na base da picaretagem: ouvindo a música original e substituindo toda a letra por palavras em português com um som mais ou menos semelhante. O resultado não é só incrivelmente ridículo, é também absurdo e inimaginável o que esse povo consegue fazer com tempo livre e com uma criatividade que no final das contas causa a maior vergonha alheia em quem escuta. Em mim, pelo menos, causa muita. E o pior que ela gruda na cabeça e não sai de jeito nenhum. É ouvir uma única vez e passar o resto do dia com "ice ice ice ice ice ice" na cabeça.
Tudo bem que a "Rise Up" original do Yves Larock não é também lá essas coisas toda, mas a bagaça aportuguesada ficou pior, muito pior. Ficou assim:

domingo, 19 de julho de 2009

O Podcast de Cinema

Sem sombra de dúvidas, foi a descoberta dessas férias. Graças a ele, agora estou deixando de ser um cinéfilo relapso por causa das obrigações da vida que somente este mês me deram algum descanso e, por causa disso, estou com um tempo maior para me dedicar àquilo que gosto - e rir demasiadamente - ouvindo horas e horas de um assunto que nunca me cansa e que me desperta um imenso interesse.

O podcast de cinema da MTV está aí há mais de um ano, mas eu só fui descobrí-lo, como já disse, no ínicio desse mês. E se você comete o sacrilégio de ainda não conhecê-lo, basta clicar aqui e baixar o arquivo da última edição que, por acaso, tem uma participação minúscula minha aos vinte e poucos minutos de áudio pra ser mais exato. É só baixar, ouvir, rir muito e aprender também - por incrível que pareça - porque mesmo zuando, os caras mandam muito bem naquilo que fazem.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Não diferente de muita gente

Eu também compartilho da opinião de que é um baita preconceito julgar qualquer coisa/pessoa assim logo de cara. Sem saber quem é ou do que se trata na verdade. Mas se eu fosse numa livraria e cometesse a burrice de escolher um volume pela capa, seria esse o livro que eu levaria pra casa. E não teria sido desperdício de tempo nenhum, teria sido um tiro no escuro muito bem dado. E pra minha sorte, foi exatamente o que aconteceu. "Os homens que não amavam as mulheres" não tem só uma estética muito bem feita, como também tem um conteúdo bastante forte - e polêmico até - que além de ser original e de causar um certo impacto em algumas passagens, dá gosto de se acompanhar.

E mesmo tendo uma fórmula já até meio velha e desgastada, a história se segura justamente nisso, nesse suspense batido - mas que funciona - pra te manter preso ali por mais de quinhentas páginas. O bom é que apesar de ser aparentemente longo demais, não há espaço nem tempo pra enrolação, a história flui rápido numa teia que começa complicada, mas que depois se encontra e passa a fazer todo o sentido.

É leitura fácil e ágil, mas bem amarga também. Realista, tenso e que mexe primeiro com o estômago pra depois fazer efeito no corpo todo. Indo de política, tecnologia, disputas industriais e economia pra chegar em abuso sexual, torturas de todos os tipos, crimes, vingança, incesto... enfim, nada muito diferente do mundo como conhecemos hoje, mas que muitas vezes fazemos questão de não ver.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Eu bem que tentei

Mas foi impossível assitir a "Anjos e Demonônios" sem fazer ligações e comparações o tempo inteiro com o livro. Literariamente falando, o livro é muito fraco, mas isso de forma nenhuma retira o seu valor. É uma história fácil de ler, te envolve e te prende até a última linha da narrativa. E é divertido sim, além de ter uma penca de cenas e acontecimentos cinematográficos que deixa a gente muito mais curioso pra ver logo esse negócio na telona. E fui vê-lo ontem. Mas a verdade é que sai desapontado com o que vi. Não por ser um filme ruim. Ele é até razoável. O problema é que fui com a intenção de ver o "Anjos e Demônios" que li duas vezes feliz da vida, mas o que passou lá foi uma história quase que completamente diferente. Tudo bem que se trata de uma adaptação, mas brincar desse jeito com pessoas que fizeram do livro o que ele é hoje - inclusive fazendo-o se tornar filme - modificando, descaradamente, personagens e passagens cruciais da história, é uma baita sacanagem por parte dos responsáveis (ou irresponsáveis) pela resultado final da obra.

Ao final de duas horas e meia de exibição fiquei me perguntando: E o Kohler cadê?! E o repórter Glick?! A abusada da Chinita... o Langdon quase morrendo com um pedaço de pano no ar... o camerlengo se atirando em chamas no meio da multidão... o diamante Illuminatti... e - o que é mais constragedor - por que, diabos, retiraram o Leonardo Vetra da trama? Mas como?!

Eu fico realmente muito receoso com essas adaptações mal acabadas porque muita gente só chega a conhecer a história por intermédio unicamente do filme, sem ler sequer uma página de uma narrativa que é muito bem montada e que vale sim umas horas de leitura pra se ter acesso mesmo àquilo o que o autor pretendia passar. E que é, de longe, infinitamente melhor, mais denso, mais consistente e até mais plausível de se acreditar do que os argumentos mostrados ali naquelas poucas horas e que não convencem ninguém de nada e que só deixa cada vez pior aquilo que já tava ruim desde o início. Uma grande pena, novamente, foi o que sobrou dessa segunda adaptação infeliz do trabalho do Dan Brown. Uma pena mesmo.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Há mais ou menos um ano atrás

Em uma de suas crônicas publicadas semanalmente, Lya Luft relatou que seu pai costumava dizer que ele possuia poucos amigos na vida. E esses se encontravam empilhados e enfileirados nas prateleiras de seu escritório.

Começo a acreditar que existe um tanto de verdade nisso. Livros e amigos (amigos de verdade) nos divertem, nos emocionam, aumentam nosso nível de serotonina de graça e não pedem nada em troca.

Acontece que algumas pessoas, às vezes, não se encaixam nessa categoria. Como já disse em posts anteriores, pessoas podem nos desapontar. Elas conseguem, quando querem, fuincionar como medicamentos depressivos. Livros também, se você for um pouco mais a fundo na história. Só que estes podem ser fechados, esquecidos e rapidamente substituídos, sem deixar a menor ponta de mágoa ou qualquer outra lembrança desagradável desse contato.

Já pessoas não. Elas não são tão descartáveis, mas são completamente imprevisíveis. E até quando agem sem a intenção de magoar, quando falam aquela "bobagem" aparentemente sem maldade nenhuma, podem provocar um desafeto profundo. E vez ou outra esse sentimento retorna pra lembrar que aquela pessoa, mesmo sem querer, pode voltar com as suas. E elas voltam, mais cedo ou mais tarde, e com força o suficiente pra não serem esquecidas.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Pavlov

Poderia ter sido taxado de tudo. De ter um vício descomunal pelo trabalho, de ter sido relapso com a família a vida toda, de maltratar animais em seus experimentos, etc etc etc. Mas uma coisa temos de admitir: ele estava certo o tempo todo. Sua teoria tinha fundamento. O tal codicionamento reflexo tá aí e pode ser comprovado até hoje:

quarta-feira, 1 de julho de 2009

De luto...

Por um mundo que a cada dia se mostra mais absurdo, injusto e intolerável. E não adianta somente conhecer, saber que existe e ouvir falar sobre no jornal ou na tevê. A gente só enxerga mesmo, percebe e sente de verdade, quando acontece algo aqui próximo da nossa realidade, quando se quebra essa redoma que, ingenuamente, imaginamos existir, e quando a vítima em questão é alguém próximo da gente.