sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Sobral dançou o créu na velocidade 5

Isso desde ontem. E não se fala em outra coisa. Tremor, terremoto, abalo... É só concentrar, esperar, que ele vem. E ele vem, tem comparecido sempre e, pelo que tudo indica, continuará vindo.
Já beirava as duas horas de hoje, quando fui expulso da minha cama pra me unir ao que veio a ser, de fato, a madrugada com mais disposição e habilidade do ano.

-pausa-

[acaba de tremer novamente]

-fim de pausa-

A questão é ficar atento aos sinais. Se você acorda com a cabeça recebendo cascudos da cabeceira da cama, com sua mãe esbaforida na porta do quarto e ao olhar pela janela você vê uma procissão de camisolas e lençois lotando e loteando um espaço mínimo e seguro da rua que segundos antes estava totalmente deserta, é sinal que você está mal. Está no Ceará, sob tremores e clamores, em outras palavras: "azar o seu!".
O pior de tudo, além do susto e da insegurança, é a impotência visceral que transborda na mente da gente. Porque no final das contas, você nunca foi tão nada, e não pôde fazer tanto nada como nessas horas. É esperar... esperar que o sol chegue, que os afazeres cheguem, que as preocupações cheguem, pra isso maquiar o dia, assim não notar o que se passa terra a baixo, e à noite, provavelmente, passar por tudo de novo.

Nenhum comentário: