Já beirava as duas horas de hoje, quando fui expulso da minha cama pra me unir ao que veio a ser, de fato, a madrugada com mais disposição e habilidade do ano.
-pausa-
[acaba de tremer novamente]
-fim de pausa-
A questão é ficar atento aos sinais. Se você acorda com a cabeça recebendo cascudos da cabeceira da cama, com sua mãe esbaforida na porta do quarto e ao olhar pela janela você vê uma procissão de camisolas e lençois lotando e loteando um espaço mínimo e seguro da rua que segundos antes estava totalmente deserta, é sinal que você está mal. Está no Ceará, sob tremores e clamores, em outras palavras: "azar o seu!".
O pior de tudo, além do susto e da insegurança, é a impotência visceral que transborda na mente da gente. Porque no final das contas, você nunca foi tão nada, e não pôde fazer tanto nada como nessas horas. É esperar... esperar que o sol chegue, que os afazeres cheguem, que as preocupações cheguem, pra isso maquiar o dia, assim não notar o que se passa terra a baixo, e à noite, provavelmente, passar por tudo de novo.
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