sábado, 27 de junho de 2009

"The Reader"

"O Leitor" do Bernhard Schlink só tem 239 páginas e não é por outra coisa. É economia mesmo, de palavras, de diálogos, de tudo. A impressão que fica em algumas passagens é que a obra na verdade se trata de um resumo, e que em algum outro lugar existe um texto integral relatando exatamente tudo e mais o que foi omitido nesse. Mas isso não é necessariamente algo ruim, muito pelo contrário. É tudo pensado e propositalmente omitido, e se parece faltar um trecho, uma fala ou uma explicação ali é porque isso simplesmente não era lá tão relevante assim pro enredo. E se faz mesmo tanta falta use sua imaginação e crie por si próprio mais algumas linhas na sua história, ou então aceite de cara essa ausência, essa falta, esse silêncio (não)escrito e essas reticências, que a vida é cheia delas e não tem como evitar.

É uma leitura quase experimental, objetiva e reflexiva ao mesmo tempo, que tem pressa e vai logo pro que interessa. E o que interessa é que é leitura boa mesmo, apesar de acabar cedo demais e mais rápido do que se imagina.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

"Hora de Voltar"

É um filme que não se encontra fácil, pelo menos fisicamente, pendurado na última prateleira do canto mais escondido da locadora que é onde esse tipo de filme costuma ficar. Eu mesmo nunca o vi em uma. E olha que não foram poucas as tentativas.

Mas então o encontrei hoje. Finalmente. E não foi locado, foi linkado mesmo e depois de um download lentíssimo de quase seis horas e meia, cá estava eu vendo o filme com quase cinco anos de atraso. E bastou cinco minutos pra saber que esse entraria rápido na minha lista de filmes pra ter à mão a vida toda e rever sempre que puder. E pra entrar nela não precisa de muita coisa, basta ter um bom roteiro, um bom elenco e uma boa trilha sonora. Sem falar numa forte dose de drama misturada com uma comédia que funciona e um romance que não cai no exagero. E pronto, é esse o filme de que falamos.

É o típico bom filme que niguém nunca ouviu falar, mas quando vê vai se arrepender de não ter visto antes e dificilmente vai conseguir esquecer.

Eis mais um fato...

Que se torna comum a cada fim de semestre: quanto mais eu tento e penso que consigo, mais eu vejo que não. Que o caminho ainda é longo. E na verdade já beira o imcompreensível.

sábado, 13 de junho de 2009

E ontem o blog fez dois anos

E fazendo os cálculos de 12 de junho de 2007 pra cá, lá se vão mais de 700 dias de vida na rede; por volta de 400 posts entre alguns que sobreviveram ao tempo e outros que, por N motivos, tive de apagá-los; 3 templates já passaram pelo layout; e lá se foram quase 8 mil acessos de desconhecidos espalhados pelo mundo todo, mas que, por frequentarem este espaço, estão mais perto e sabem mais de mim do que muita gente que tá logo aqui ao lado. Mas paremos por aqui que isso não é um discurso, é só um aviso, um lembrete: 2 anos né... 2 anos...

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Perdoem-me pelo sacrilégio

Ou pelo pecado que cometo, ou se pareço descrente, ateu, enfim. Até porque pode parecer mesmo, ainda mais hoje sendo o dia que é, mas não, não se trata disso. Muito pelo contrário. A questão é que não entendo porque certas pessoas acreditam piamente que certas coisas são responsabilizadas ou se devem apenas a Deus. Se o resultado é algo bom damos "graças a Deus", se não, se alguém faz o que não deveria ter feito, se faz "o errado" ou algo do tipo, essa pessoa 'não tem Deus no coração' e por aí vai.

Mas, afinal, o que é "ter Deus no coração"? É fazer o que se deve? É manter-se na linha do politicamente correto? É seguir à risca as normas, primeiro as de casa, depois as do mundo? É ter bom senso e dar apoio a quem precisa e quando precisa? "Ter Deus no coração", então, se resume à educação e ao bom comportamento, é isso mesmo?! Porque ouvindo certas coisas ditas por certas pessoas é isso que dá pra entender.

Por que não deixamos Deus em paz um instante e nos responsabilizamos pelo que fazemos, pelo que queremos ou acreditamos?! Bem ou mal, todo mundo é responsável por aquilo que faz e ninguém tem nada a ver com isso, ninguém físico e muito menos alguém que só existe culturalmente falando, se é que você me entende. Mas também não brigue comigo - se você se encaixa no perfil dessas certas pessoas ou se é um cristão ferrenho - que eu também já pedi desculpas. Não sou cético a esse ponto. Só não acho certo culpar ou responsabilizar quem quer que seja quando os verdadeiros culpados somos nós mesmos.