sábado, 26 de abril de 2008

Eden

A Clau que é uma pessoa muito sensata que encontrei nos últimos meses me apresentou a essa canção do Hooverphonic que eu não conhecia até o início dessa noite. E agora simplesmente não consigo parar de escutar.

did you ever think of me as your best friend? did I ever think of you? I'm not complaining. I never tried to feel this vibration, I never tried to reach your eden. did I ever think of you as my enemy? did you ever think of me? I'm complaining.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Tô querendo ver esse filme

Mas ele ainda não chegou aqui. No Brasil e no Ceará já, mas aqui nada.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Nota rápida.

Nesta terça-feira quase quarta, ponho em xeque o sentido de ser justo. Eu não acho justo agir no maior estilo fingido e despretencioso de quem fala muito sobre estar ou não vulnerável ao acaso do que quer que seja, pagando que não a boca com as mesmas atitudes. Ponho também o de imaturidade, o de burrice e o de esquecimento. Assim, à esmo, enquanto a solução não vem.

domingo, 20 de abril de 2008

Lá onde chamam de Taiti

Eu só espero não me arrepender de nada. E caso isso aconteça que não seja tanto, que o tapa seja de leve, a bronca curta e se for possível que possa voltar tudo e refazer do início. E só por hoje não quero mais pensar se escolhi certo ou errado, que daqui a duas horas vou estar dormindo e pela manhã isso não vai ter a menor importância. Que a madrugada e o sono remendam o que for preciso e a manhã deixa tudo mais fácil. E amanhã, amanhã já nem me lembro.

Eu só espero, espero mesmo, não acordar depois das dez horas de um feriado e perceber que perdi meu tempo e talvez o seu também. A intenção era das melhores, juro. E se errei, se passei vergonha, se ri - e, admito, teve até uma vez que chorei de graça e sem pudor nenhum - isso não vem mais ao caso, que erremos todos juntos e fica tudo bem. Além do mais não fui o único nem o último. É o meu consolo e você sabe bem disso.
Só me lembre de vez em quando que em menos de um mês tô chegando na casa dos vinte e que se fizer algo de errado eu vou parar na cadeia e não na diretoria. Logo eu que nunca fugi, que só ficava da janela achando o "lá fora" muito esquisito e ciente de que a saudade que eu tenho hoje já tava bem presente e pulsava desde muito tempo atrás, quando meu estético mandava no meu ético e o agora cabia perfeitamente num retrato dez por quinze sem moldura. E lá de fora o vidro é preto, de janela passou a espelho. Que o problema, que o que eu tinha mesmo era medo, puro medo de meter a cara por aí, cego, mudo e surdo de insegurança, e querendo quem sabe um dia ter um terço da tua sorte e metade da tua cara-de-pau. Não é à toa, é só que o fim do mês tá chegando, o dinheiro tá acabando, os X no calendário tão aumentando rápido e, mal dá pra acompanhar.
E mesmo parecendo papo de alguma coisa anônima, fique sabendo que por mais um dia eu não desisti, por mais um dia eu não larguei tudo e me mandei de vez pro Taiti pra vender água de coco e colher minha própria raiz. E te mandar uma vez por ano, do outro lado do mundo, um postal de Feliz Natal e perguntar mais uma vez como é que vão as coisas, se você tá bem mesmo e se ainda lembra de mim.

that's all we got, fucking all...


quinta-feira, 17 de abril de 2008

Daí que aula agora só na terça

"Faleceu na madrugada desta quinta-feira, 17, aos 55 anos, em sua residência na praia de Iparana, o Reitor Ícaro de Sousa Moreira, da Universidade Federal do Ceará. Ele foi vítima de morte súbita, após regressar de viagem a Brasília, onde participou do encontro da Associação Nacional dos Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes).Ícaro Moreira assumiu o cargo como 12º Reitor da UFC em junho de 2007. Tomou posse em Brasília no dia 5 de junho e a transmissão do cargo aconteceu no dia 22, em solenidade na Concha Acústica. Ele deixa viúva a Profª Izaura Cirino Nogueira Diógenes (que se encontra nos Estados Unidos, onde faz Doutorado) e órfãos os filhos Ícaro Filho, Aline, Lívia, Maria Isabel, Mateus e Rodrigo. O corpo será velado no Salão Nobre da Reitoria. Izaura Cirino retorna amanhã à noite a Fortaleza, enquanto o Vice-Reitor Jesualdo Pereira Farias, que se encontra no Rio de Janeiro, está de volta esta noite.Tão logo se soube do falecimento do Reitor, os cursos da UFC suspenderam as aulas e a Rádio Universitária passou a transmitir programação especial. A Universidade decretará luto oficial de três dias, com suspensão de todas as atividades.Ícaro Moreira nasceu em 23 de maio de 1952, em Campo Maior/PI. Era graduado em Química pela UFC (1976), com Mestrado em Química Inorgânica pela UFC e doutorado em Química (Físico-Química) pela Universidade de São Paulo (1990). Realizou estágio de Pós-Doutorado em Bioinorgânica na Rutgers University, NJ-USA (1991-1992).Professor titular da UFC, ocupou diversos cargos administrativos na Universidade: Coordenador do Curso de Química, Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Química Inorgânica, Vice-Diretor do Centro de Ciências e Vice-Reitor.Ícaro era, ainda, membro do Conselho Gestor do Fundo de Inovação Tecnológica do Estado do Ceará (COGEFIT), representando as Instituições de Ensino Superior Públicas do Estado do Ceará, indicado pelo Conselho de Reitores das Universidades Cearenses CRUC. Seu trabalho acadêmico se desenvolvia na área de Química Inorgânica, com ênfase em Reações de Transferência de Elétrons, Metalofármacos, Química de Superfícies (SAMs) e Complexos de Rutênio e Ferro".


E pensar que na semana passada eu quase me esbarro com o homem no laboratório de anatomia. A morte me dá uma coisa que não tem nome nem explicação, até mesmo quando a tal pessoa não possui nenhum vínculo comigo. Vai saber... é do humano. Só pode ser.

Estive preso...

Eu e mais meio mundo de gente que estava no mesmo micro-ônibus que eu (e põe micro nisso) na volta pra casa. Por cerca de uma hora e sem direito a advogado ou ligação. E por quê? Primeiro por excesso de passageiro. Segundo pelo vencimento da carteira do motorista que já tava comemorando bodas de papel. Por último, e não menos importante, pelas duas lanternas queimadas na traseira - e eu pensando calado "só falta ter muamba nesse bagageiro... ou meia tonelada de maconha... e eu tão novo, meu Deus!". Vê bem que aqui tu aprende como é que se põe cinqüenta pessoas num lugar que só cabem vinte e duas menininhas magras e esqueléticas. Em nenhum outro lugar mais. Dos princípios da física a gente quebra boa parte todo santo dia. O da impenetrabilidade já nem existe, dois corpos ocupam o mesmo espaço fácil aqui. Chega no Goiabão, em qualquer dia útil, às dez e quinze da noite, pra sentir o drama. Entrar, é dose; lugar vago, é sorte; e se tu levantar o braço pra coçar a cabeça erguido ele fica até a próxima parada. E o menino chorando, os "crente" orando, o casal brigando e o forró truando. Eita liberdade!!! Que felicidade!!!

domingo, 13 de abril de 2008

Instinto - Os sonhadores

A teoria de que eu confiava cegamente nas indicações dela é falha. Assim como também seria incorreto afirmar que a Distrivídeo é uma locadora que se possa creditar fidelidade. Mas como eu sou burro e não aprendo, continuo freqüentando o lugar. Cheguei perguntando pelos da minha lista de conferidas pendentes: "Laranja Mecânica", não tinha, "Magnólia", tava em falta, o "Albergue Espanhol", idem. Sai de lá com "Instinto" e "Os Sonhadores".
O primeiro é no estilo não para o entretenimento desregrado e sim ao conteúdo comedido, meio paradão é verdade, mas isso faz um bem desgraçado de vez em quando - e o Ministério da Saúde Mental adverte: não assisti-lo poderá causar graves danos ao seu desenvolvimento.
O segundo é um filme que peca por excessos. Começa chocho meio pré-adolescente e passa rápido prum Corujão desenfreado. Tem umas referências estranhas, um roteiro curioso, três "crianças" com a libido fervendo, e um exagero político beirando o pornográfico que incomoda até mesmo o mais pecador dos libertinos extremados.
Sendo assim, o saldo do fim de semana fica: filmes: 2, trabalhos da facu: 0, coragem pra fazê-los: -5, chances de eu me lascar: 10.

sábado, 12 de abril de 2008

Super Nanny é a tua vô.

Eu gosto de criança. Pode não parecer, mas gosto. Só que não demonstro. Não sou de ficar fazendo careta, de alterar meu timbre de voz, falar hien-hien-hien, esse tipo de coisa. Trato criança feito gente, não como um doente mental, converso igual, ajo igual, o normal. Inclusive com as mal educadas. Destesto gente mal educada, e criança mal educada também. Na semana passada encontrei uma dentro do ônibus que era o cão chupando manga. A menina era o bebê de Rosemary criado, cara. E a Rosemary, digo, a mãe (ou qualquer que seja o parentesco daquela pessoa que a carregava) era uma completa banana. Mas daquelas de receber tapa na cara (pra não dizer das cuspidas) e não esboçar nada além dum risinho encabulado e dum beliscão na garota que respondia com uma mordida canibalesca no ombro da "banana". Eu ainda olhei bem pra cara da menina pensando que provavelmente ela vai me assaltar ou te assaltar nas esquinas e nos becos de Sobral daqui uns anos. Foi então que eu percebi que a bana... a possível mãe já tava sentada de lado na cadeira conversando sobre o que a menina fazia e não fazia na escola e em casa com alguém do lado oposto do ônibus e olhando de relance pra mim. E eu tava com a camisa da facu escrito "Psicologia" em letras garrafais no peito e fiquei imaginando "ela vai já pedir pra eu dar um jeito na menina e o conselho que eu vou dar ela não vai querer ouvir - e muito menos li o tutorial sobre como fazer um exorcismo". Na mesma hora, com um movimento ninja, peguei o papel mais próximo e estendi na cara - era um folder de dois meses atrás da Zenir Móveis - li, reli, li de novo, já tava me interessando pelo armário mogno de duas portas e três gavetas quando ela desceu e carregou a cria junto. Depois eu me arrependi. Devia ter falado praquela mãe que o que falta naquela psicopata em desenvolvimento era justamente uma mãe, ou um pai, ou um pulso, ou dois, ou quantos forem necessários. É uma coisa lógica, quase matemática, se não souber criar gente, não tenha, ou então se eduque antes de sair abrindo as pernas por aí.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Daqueles que eu não mais vi

Dos filmes que eu não vejo mais, eu lembro bem dos que foram feitos na década de 80 e exibidos na de 90 pela "Sessão da Tarde" e afins. Na época em que aquilo prestava e a política do "um dia Xuxa, outro Didi" ainda não custeava a programação cinematográfica inteira da tevê. A coisa é meio estranha, é como se você acidentalmente encontrasse uma caixinha perdida que você escondeu quando criança e de repente vem tudo à tona: as cenas, as músicas, as falas - que nem o Bretodeau da Amèlie, igual. Abaixo segue uma parte da minha infância e, em termos televisivos, sou mais a minha. E temo pela próxima geração de brasileiros daqui uns 10, 15 anos. Assim como você também deveria temer.

1 - Os Goonies
Impossível não ouvir Cyndi Lauper e não lembrar desse. É de lei, tá na biografia de todo mundo. E se você não o conhece, trate de sair deste blog agora mesmo(rsrs).

Uma breve confição: eu tinha medo do Sloth.

2 - Caravana da Coragem
Ewoks, Cindel, Noa... É de ficções como essa que sinto falta.


3 - A Fortaleza
Nem parece que tem quase uma década que o vi. Recordo de cenas e falas detalhadamente. E sim, eu tenho vida.


4 - Os Deuses Devem Estar Loucos
Independe de qualquer diálogo ou legenda. O melhor filme de comédia de todos os tempos.




5 - Os Trapalhões na Terra dos Monstros
Pra não dizer que não falei dos nacionais. O único dos finados Trapa que presta. O único. Mas como os vídeos que encontrei eram ridículos demais, fica sem mesmo.

Cara, que saudade da minha infância.

terça-feira, 8 de abril de 2008

For all, menos eu.

Passei menos mal durante o sono. As madrugadas não são mais tão intermináveis assim. E foi bom ter rido feito um idiota momentos antes de dormir, se foi! Mas eu ficaria imensamente grato caso o(a) vizinho(a) da frente não gostasse tanto de forró às seis da manhã. Forró, logo forró. Quem dera eu tivesse um(a) vizinho(a) nerd, médico(a), advogado(a) que curtisse um Caetano ou um Chico Buarque - não que eu goste, só que é bom pra dormir, um puta sonífero é o que são. E antes de me plantarem chumbo, confesso que os desconheço, pelo menos em toda a obra. Então, dá um desconto. Certa vez ela me disse que curte MPB - e meu gosto e o dela, na maioria das vezes, pra esse tipo de coisa, caminham juntos e de mão dadas - metade do país mais um também, então num deve ser de todo o mal. Agora, às vezes, me sinto meio que um E.T aqui. Um turista total numa terra de ninguém. Um Zé Ninguém feito eu e, que não curte forró. Teve até outro dia que a gente tava procurando uma mesa velha e uma estante de segunda numa loja de usado que tem por aí e já cansados da caristia do lugar a conversa caiu na festa de quinta, ao som de... forró, aí ela disse assim em tom jocoso: "vai pra europa, lá não tem disso". Na hora eu lembrei deste documentário que eu ainda não vi e daquele grupo finlandês de pagode que canta em português que descobri há um mês atrás no programa do Nachbin e que não recordo o nome. Poisé. Ouvi calado. Não queria desperdiçar as esperanças da moça, porque sei que ela também não curte o som e que simpatiza com a Europa. O negócio é mesmo um câncer, uma metástase global. Sem jeito. Talvez meu problema seja apenas geográfico, ou astrológico, ou uma falha no cosmo, ou no meu relógio biológico atrasado, ou no sono, ou na falta dele. Quem sabe nem seja a bendita "Calcinha Preta" matinal, coitada. Mas forró às seis da manhã... rapaz... não dá.

domingo, 6 de abril de 2008

Jesus, Maria, José...

Eu teria publicado o livro inteiro aqui, de verdade. No lugar disso deixo um dos primeiros e o último parágrafo registrados, sem temer represália ou de estar cometendo qualquer tipo de sacrilégio com a D. Narradora. Lá vai:

"-EIS UM PEQUENO FATO-
Você vai morrer.

-REAÇÃO AO FATO SUPRACITADO-
Isso preocupa você?
Insisto, não tenha medo.
Sou tudo, menos insjusta."
E quinhentas páginas depois:

"...tive vontade de perguntar, como uma mesma coisa podia ser tão medonha e tão gloriosa, e ter palavras e histórias tão amaldiçoadas e tão brilhantes. Nenhuma dessas coisas, porém, saiu de minha boca. Tudo que pude fazer foi virar-me para Liesel Meminger e lhe dizer a única verdade que realmente sei. Eu a disse à menina que roubava livros e a digo a você agora.
-Uma última nota de sua narradora-       
Os seres humanos me assombram".
Palavras de Lady Death. Assim o li, com os pêlos mais que ouriçados, ao som de chuva e parcialmente entorpecido.