segunda-feira, 30 de junho de 2008

Não nego

Sou uma pessoa de rituais. E muito bem resolvido com isso. Chame de TOC, de mania, de distúrbio, do que quiser, eu chamo de ritual, curto e simples. Tenho um ritual pra dormir, pra sair de casa, pra comer, pra usar banheiro de bar, pra ir ao cinema, pra beber, pra viajar, pra ler. Especialmente pra ler. Espero o escuro chegar, a rua se calar, a novela começar - só nesses poucos momentos a casa me esquece totalmente - ponho os pés na cabeceira da cama, a cabeça inteiramente afogada no travesseiro e só então abro a capa, leio as duas orelhas, a sinopse da contra-capa, os agradecimentos, folheio as páginas (até as cheiro, de leve. Pode rir. Eu deixo), aí engato a primeira e começo a ler mesmo.
E se tiver chovendo fica melhor ainda. Com aquele tilintar de gotas nas telhas roxas e secas de tanto sol a história ganha um outro sabor. É como se colocassem Sazon. Experimenta pra ver. Coisa d'outro nível, d'outro patamar. E se fizer frio então... daí eu durmo, e quando acordo retomo a leitura.

domingo, 29 de junho de 2008

Estoy de férias!!!

Teoricamente. A praxis continua a mesma, com o porém de não me distrair e reclamar mais das pilhas de resmas que eu era obrigado a ler, entender (o máximo, no mínimo), e a entregar toda semana em sala. Era pra ser um conforto, e é na verdade, mas era bom também, dava trabalho, cansava e era bom. Juro. Mesmo parecendo ambigüo em dizer tanta asneira e sendo um preguiçoso convicto e feliz com isso - e eu me esforço, me rasgo, me faço em dois, três, quem tá comigo aí fale por mim. Meu descanso é merecido e quase ninguém reconhece. Na maioria das vezes dizem sim, mas o fato é que não, tô ciente faz tempo. Meu julho, dezembro e janeiro são resguardados ao acaso, ao ócio, às obrigações eternas também, e às mudança de humor dos outros, principalmente e icondicionalmente isso, aos outros, à família e aos demais.
Minhas férias são estranhas e até me cansam, preciso de férias das férias. Ou melhor, quero algo além-férias, não sei ao certo o que é, mas sei que férias só pra mim não basta.

sábado, 28 de junho de 2008

A Maíra é a única fêmea que gosta de futebol que eu conheço

Curte e ainda entende do assunto. Termos técnicos, campeonatos, classificação, faltas, tudo. Aquilo que eu não sei de esporte ela só não sabe como discute com a empolgação de um espartano e a eloqüência de um nazista. Fórmula I e GP de moto também são tópicos fixos no discurso mairês. Só que ela escuta Balão Mágico e venera Gossip Girl, isso eu não entendo.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Meu filho tá crescendo...

E correndo pelo mundo. Agora tenho bolinhas vermelhas chilenas e indianas que me visitam. Bolinhas, números e nada mais. Anseio por um dia saber quem são, o que fazem, o que pensam e se são gente de verdade, mas isso o ClustrMaps ainda não faz.

2, 2, 2... 2, 4, 48....

Qual a probabilidade, nos padrões estatísticos atuais, de se quebrar dois ovos com duas gemas cada em dois dias seguidos? Dois ovos, quatro gemas, quarenta e oito horas. Tô místico. Querendo encontrar um significado. Que hoje é quarta e pretendo jogar na mega sena. Mas deve haver uma explicação biológica para isso, deve sim. E pro caso do ovo também, certamente que sim.

domingo, 22 de junho de 2008

Laranja Mecânica

Alguém mais gabaritado cinematograficamente do que eu poderia fazer a gentileza de me explicar esse título? Que o Google não me convenceu nem o wiki foi satisfatório. Acabo de vê-lo, mas acho que não abstrai o suficiente pra suportar e captar tamanha densidade e complexidade da obra. Não "videei" como devia ou bebi pouco talvez. Sobre o filme? Que louco... é muita droga!!! É Kubrick!!! E quero assistir de novo. Quero uma refilmagem também.

Eis algumas curiosidades que o mundo inteiro, menos eu, sabia:
-Durante a cena em que Alex é submetido ao tratamento Ludovico, Malcolm arranhou a córnea e ficou temporariamente cego.
-O médico que acompanha Alex durante o tratamento era realmente um médico, e estava lá por motivos de segurança para Malcolm. (Era o mínimo, lógico)
-Malcolm também teve costelas quebradas durante a filmagem da cena de humilhação após o tratamento e ele quase se afogou de verdade, devido a uma falha no equipamento que o ajudaria a respirar, na cena em que os seus ex "droogies" o encontram e submetem ele a uma tortura em uma banheira. (Marré claro, tava na cara que tinha algo errado, dá só uma olhada lá)

sábado, 21 de junho de 2008

Olha o paradoxo:

"Onze minutos" é chato, curto e eu demorei uma eternidade pra terminar. Não gostei e não recomendo. A não ser que você esteja numa tarde de domingo sem grana, sem tevê, sem net e sem nada pra fazer. Se a primeira impressão é a que fica, minha relação com Paulo Coelho se encerra aqui, perdida e sem rumo, feito Maria no aeroporto de Paris.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

terça-feira, 17 de junho de 2008

la meladita

Fico encabulado é com esse cheiro que sinto em todo lugar depois que saio de lá. Entranhado. Meio como um insight, só que olfatório. Vem assim do nada. E faz companhia a semana inteira. Me disseram que é da cadaverina, e que é uma queixa geral também, sem exceção.
O irônico é que hoje descobri o seguinte: não é uma questão simples de perseguição, uma sensação involuntária ou um dejà vú. O negócio é profundo, é póro, é exalação mesmo, minha, tua e de todo mundo - homem, bicho, planta, cachorro etc etc etc. Viveu, tá consumado, consumindo e exalando. E mesmo em pequenas doses... é dose. Fede. Fode.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

O outro lado

Você sabe que o capitalismo está te soterrando vivo quando chega o dia 12 de junho e na tevê se encontra de tudo, de velhinhos se beijando em banco de praça à complicados casos amorosos de girafas e elefantes no zoo de SP, mas não há menção alguma ao "dia mundial de combate ao trabalho infantil", que por sinal, por má sorte ou por qualquer outro motivo, foi ontem também. Vá lá entender... eles sabem o que fazem... e o que dizem também...

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Um ano e mais um dia de blog...

Porque esse ano foi bissexto. E a verdade é que até hoje eu não descobri porque mantenho isso, escrevo isso e o trato como vício. Nunca falei dele pra ninguém assim ao vivo, de carne e osso, e os poucos sobreviventes que aqui chegaram - creio eu - se não despencaram de pára-quedas por um link do Google, confundiram o caminho com a esquina errada e deram de cara com esse muro cinza e marrom cercado por cenas de filmes e imagens bicolores. Eu blogo sim, mas só pra quem me pergunta. Meu espaço não tem pé nem cabeça, não tem lógica, não tem tema. Não tem e nunca teve um post inicial, começou assim pela metade, sem início, sem meio e muito menos fim. Pode-se começar a ler de trás pra frente, do meio pro início, do começo pro fim e a seqüência segue o mesmo raciocínio ilógico e sem sentido. Meu sítio é esquizofrênico, inconstante e dispensa qualquer tratamento. Tirando as datas e os horários é tudo totalmente desordenado, fadado eternamente a imcompletude. Um ano não é nada, e é muita coisa também, é uma vida, e é o que garantiu 284 publicações de junho de 2007 até aqui de puros velhos medos diluídos a cada postagem.
Aos de casa, sintam-se agradecidos pelas visitas, comentários, links, citações e pelos momentos de ausência necessários, ficar só faz bem também. Aos recém chegados... bem... no próximo ano deixo algo pra vocês...

Quase um "Foca"

Ó lá eu pela segunda vez, e de costas, no jornal:

A primeira foi essa. Nos idos de 2005. E eu igualmente alheio ao registro fotográfico, congelado pela altura:

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Achei heróico e burro...

Aquilo que a Sakuma, estupidamente, arranjou de promover ontem. Agora preciso rever minha posição de admirador árduo da sabedoria milenar oriental. Foi admirável, não nego. Mas impulsivo, emocional, irracional e burro também. Um comportamento quase tipicamente ocidental, americano, latino e brasileiro já.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Não me restam dúvidas

Se eu recebesse um salário fixo de verdade, de gente, justo mesmo e não aquilo que me dão a cada dia 12, 13 ou 14, dependendo do feriado ou do fim de semana, eu converteria tudo em livros e Trident de canela. Pra todo o resto ele viraria Euro, e Euro não circula aqui.

sábado, 7 de junho de 2008

O que dizer?

"E a Nany People num é mulher não?!"

Me diz. O que dizer quando te perguntam isso com um tom consternado de admiração e surpresa? Hã, hã? Não, não, corrijo: o que dizer quando só te perguntam isso, sem dramatização? Hein?!

Quando falo que é inocência, não é exagero, é pra acreditar, que falo sério. E o caso é sério. Ah, Limão! Ô dó! E caso esqueça, me lembre de pôr nas pérolas também.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

A Record tá fazendo escola com o SBT

Agora deu em mudar a grade de horário a torto e a direito como se não tivesse ninguém vendo. Estou revoltado, ultrajado, aviltado, quase me convertendo ao Islã e me apresentado a Al-Qaeda. Liguei a tevê às onze e trinta numa ação quase involuntária do organismo já, pensando em conferir até a abertura do programa, e pego o negócio no último bloco, no finalzinho, na sala de reunião. Um puta desrespeito com quem sustenta e ainda infla o ego dos seus bispos metidos a Sílvio da Dona Record. Deviam ter me enviado um email, uma twitada, me telefonado, mandado alguém vir aqui em casa pra avisar. Que merda! É por essas e outras que faço mídia espontânea dos canais fechados, se o menu anuncia o início de qualquer coisa às 2:32, às 2:32 tá lá, nem 31 nem 33. É 32 e fim de papo.

terça-feira, 3 de junho de 2008

ah meus um e trinta...

Lembra quando o Del Rio custava míseros trinta centavos? E eu tomava litros de mirim todo santo dia. Mirim com pastel, mirim com xilito, mirim com sorvete, mirim com mirim, mirim com nada. Até derramava, depois fazia xilofone com a garrafa, gaita, flauta, sax, sei lá, fazia um som. Era trinta e era justo. Lembra que nota de dois não tinha e a passagem não passava dos zumrial? E pra nós era metade, porque nós era estudante, e caso sobrasse passe escondido no bolso num era nada. Lembra dos outubros ansiosamente esperados? Da feira só perdida uma única vez? Era foda. Lembra que a gente era idiota mesmo e sabia? Que a gente soprava e soprava até desmaiar, que a gente fazia coisa estúpida e num tava nem aí? Que a gente fugia pro centro em dia de prova... Que a gente não recebia advertância, saía cedo na segunda por dor-de-barriga, na quarta por uma batida cabeça, na sexta pela queda da escada... Que os filmes dos trapalhões prestavam, que internet não existia e eu vivia com meus R$1.30 por dia? Lembra? Era bom. Eu curtia. Mas saber eu sabia, que no fundo no fundo, quando a gente chegasse no outro lado da rua, aquilo tudo mudaria.