segunda-feira, 30 de junho de 2008

Não nego

Sou uma pessoa de rituais. E muito bem resolvido com isso. Chame de TOC, de mania, de distúrbio, do que quiser, eu chamo de ritual, curto e simples. Tenho um ritual pra dormir, pra sair de casa, pra comer, pra usar banheiro de bar, pra ir ao cinema, pra beber, pra viajar, pra ler. Especialmente pra ler. Espero o escuro chegar, a rua se calar, a novela começar - só nesses poucos momentos a casa me esquece totalmente - ponho os pés na cabeceira da cama, a cabeça inteiramente afogada no travesseiro e só então abro a capa, leio as duas orelhas, a sinopse da contra-capa, os agradecimentos, folheio as páginas (até as cheiro, de leve. Pode rir. Eu deixo), aí engato a primeira e começo a ler mesmo.
E se tiver chovendo fica melhor ainda. Com aquele tilintar de gotas nas telhas roxas e secas de tanto sol a história ganha um outro sabor. É como se colocassem Sazon. Experimenta pra ver. Coisa d'outro nível, d'outro patamar. E se fizer frio então... daí eu durmo, e quando acordo retomo a leitura.

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