terça-feira, 8 de abril de 2008

For all, menos eu.

Passei menos mal durante o sono. As madrugadas não são mais tão intermináveis assim. E foi bom ter rido feito um idiota momentos antes de dormir, se foi! Mas eu ficaria imensamente grato caso o(a) vizinho(a) da frente não gostasse tanto de forró às seis da manhã. Forró, logo forró. Quem dera eu tivesse um(a) vizinho(a) nerd, médico(a), advogado(a) que curtisse um Caetano ou um Chico Buarque - não que eu goste, só que é bom pra dormir, um puta sonífero é o que são. E antes de me plantarem chumbo, confesso que os desconheço, pelo menos em toda a obra. Então, dá um desconto. Certa vez ela me disse que curte MPB - e meu gosto e o dela, na maioria das vezes, pra esse tipo de coisa, caminham juntos e de mão dadas - metade do país mais um também, então num deve ser de todo o mal. Agora, às vezes, me sinto meio que um E.T aqui. Um turista total numa terra de ninguém. Um Zé Ninguém feito eu e, que não curte forró. Teve até outro dia que a gente tava procurando uma mesa velha e uma estante de segunda numa loja de usado que tem por aí e já cansados da caristia do lugar a conversa caiu na festa de quinta, ao som de... forró, aí ela disse assim em tom jocoso: "vai pra europa, lá não tem disso". Na hora eu lembrei deste documentário que eu ainda não vi e daquele grupo finlandês de pagode que canta em português que descobri há um mês atrás no programa do Nachbin e que não recordo o nome. Poisé. Ouvi calado. Não queria desperdiçar as esperanças da moça, porque sei que ela também não curte o som e que simpatiza com a Europa. O negócio é mesmo um câncer, uma metástase global. Sem jeito. Talvez meu problema seja apenas geográfico, ou astrológico, ou uma falha no cosmo, ou no meu relógio biológico atrasado, ou no sono, ou na falta dele. Quem sabe nem seja a bendita "Calcinha Preta" matinal, coitada. Mas forró às seis da manhã... rapaz... não dá.

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