sábado, 16 de agosto de 2008

Sobre um sênior de mim mesmo

É o que tenho pensado continuamente. A velhice. Eu velho. Vendo minha geração crescendo, definhando, se desenvolvendo, morrendo. Pensei no meu avô. Pensei na Dercy. Em como terei o dobro, o triplo da rabugice de hoje, da chatice, da preguiça. De querer e não poder, que uma hora o corpo pende. Ombro, costas, cabeça, tudo - tudo mesmo - pende. Sempre o lado mórbido, não dá pra evitar. Não é pessimismo, é aceitar os fatos. É fato.
E cheguei à conclusão de que não sei se quero viver tanto tempo assim... tipo cem, pra quê, né?! Pra fazer o quê?! Sei não. Até choro pos mortem de velho é diferente, mais conformado, mais compreensível, mais aceitável. É menos "ahhh" e mais "pois é, é a vida". Envelhecer é como voltar a ser criança tendo um pai tirano, é se tornar uma árvore, imóvel, distante, de difícil acesso, mas que ainda dá frutos. É chato, cansado, monótono. A não ser que você more na Noruega, ou em qualquer outro lugar com um IDH astronômico, uma QDV absurda, uma C/C obesa e uma disposição física oriental. Daí o discurso é outro.

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