domingo, 22 de março de 2009

Não dá pra confiar no que dizem pela internet

Wikipédia, nem pensar. Orkut então, chega a ser ridículo o se encontra com um pouco de tempo e paciência entre um tópico e outro pelas comunidades. E o poder que se investe nisso é tão grande que sempre tem quem se sugestione por tudo - ou quase tudo - que dizem ali. Não que nada daquilo seja verdade. O que pretendo com isso é deixar claro que cada um tem o direito de defender seu ponto de vista e sua maneira de analisar as coisas. A ressalva que faço fica por conta de que antes de mais nada é preciso ponderar cada informação e não sair repetindo tudo como se fosse a verdade mais indubitável que existe. Que isso além de ser feio é um atestado carimbado e reconhecido em cartório da mais pura ingenuidade. Isso pra não dizer de completa burrice.

Só à título de exemplo, cito o seguinte link que encontrei hoje e onde, até este exato momento, 56 pessoas já discutiram sobre o que diabos seria aquela chuva de sapos nos últimos 30 minutos de Magnólia (filme que revi ontem depois de quase 10 anos). 56 teorias diferentes é o que dá pra identificar logo de cara, 56 definições de uma mesma coisa, talvez menos porque sempre tem quem concorde com a opinião dos outros, então ficamos na casa dos 30 ou 40. Isso se deve a uma razão bem simples: cada um tem uma história diferente, uma bagagem única e uma forma de conceituar as coisas que é só dele e de mais ninguém. Se você for um evangélico ferrenho e sabe a Bíblia de cor, é quase inevitável que você faça uma comparação com uma passagem ou outra da obra, como bem fizeram no tópico se você notar. Da mesma forma que se você fosse um oriental talvez a comparação teria fundamento numa lenda milenar que só lá se conhece e assim por diante. E isso é bom. Não há certo ou errado. Tudo tem sua lógica de acordo com os parâmetros com que se sustenta. E eu não ficaria nada surpreso caso o Paul Anderson (diretor do filme) chegasse no referido tópico e relatasse uma história totalmente diferente e sem sentido - quando comparada as outras, é claro - praquilo que ele queria dizer com aquela tempestade verde e melequenta. Porque é exatamente disso que se trata. Afinal de contas é isso que chamam de liberdade poética, ou não? Cada um pensa o que quiser daquilo que vê e fica tudo bem, tudo certo.

Mas se você quiser saber, a interpretação que eu faço é mais ou menos como alguns definiram numa das páginas (ó lá eu me sugestionando também- rs). Os sapos caindo do céu, como eu vejo, é uma alusão a uma das frases mais usadas ao longo do filme e que também estava escrita no canto do quandro que enfeitava a sala da personagem Claudia, algo mais ou menos como "isso realmente acontece", e acontece mesmo, por mais estranho que pareça e com mais frequência do que se pensa, não me refiro à anfíbios caindo pela janela, mas à coisas estranhas e incomuns que ocorrem todo dia na vida e na casa de cada um e mais ninguém fica sabendo. Casais se ameaçando com espingardas, gente tendendo ao suicídio, filhos ressentidos com pais, pai molestando filha, problemas de relacionamento, enfim. A vida é cheia disso e não é porque não acontece com a gente que tais "chuvas de sapos" como essas não ocorram. Elas estão aí sim. O tempo todo. E mais perto do que se imagina. Sapos enormes e incômodos como aqueles estão em todo lugar. E mais cedo ou mais tarde, é no seu teto que um deles vai cair.

Um comentário:

Bruna disse...

análise incrível. Nem todo crítico faz isso não viu.
congratulations

;)