
Errado. Muito errado.
Isso é coisa nossa, de todo mundo. E não precisa ser mãe e ter um filho pra passar por isso, basta ser humano e ter um pouco mais de juízo e noção da realidade e do que acontece ao seu redor. O mundo tá começando a se tornar quase inabitável, e faz a gente se preocupar cada dia mais com tudo e com todos em decorrência de um quadro geral cada vez mais eficiente em provocar esse tipo de medo, de alerta constante e mais uma série de outros sentimentos que desarmam e inoperam as pessoas.
A paranóia que é criada na nossa cabeça é tamanha, que hoje, ao receber um simples e-mail com o subtítulo de "Comunicado URGENTE", eu fico logo a me perguntar quem que foi a vítima do mundo dessa vez, quem que foi mais uma refém dessa situação, quem que não teve tanta sorte e acabou morrendo, quando na verdade o aviso era sobre uma simples e habitual pane no sistema elétrico do campus, e que adiará nossas atividades acadêmicas em pouco mais de uma semana. O que é bom, de certa forma, já que isso também é sinônimo de descanso e de férias por tempo mais do que limitado. Isso pode até parecer exagero de minha parte, que seja. Só tomem cuidado quando nomearem e me enviarem os e-mails, pois - tenho certeza que não diferente de muita gente - possuo um histórico nada agradável de mensagens que chegaram dessa forma nos últimos meses e com um conteúdo digno da capa da página policial de um jornal, falando de pessoas próximas/conhecidas que não se assemelham em nada com a "urgência" de um quadro de luz queimado e danificado.
O mundo tende a nos tornar a cada dia um pouco mais paranóicos. E hoje eu compreendo muito bem o motivo de mães, mães de verdade - e não as que apenas colocam crianças no mundo -, ligarem pros seus filhos em alguma hora da noite pra saber se o coração delas ainda bate e se a vida continua. Pois é exatamente isso o que o mundo atual planta nas pessoas, e essa floresta de medo e preocupação só cresce e aumenta todos os dias com tanta vítima adubando e fortificando esse terreno.
Um comentário:
"...existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro, o medo grande dos sertões, dos mares, dos desertos, o medo dos soldados, o medo das mães, o medo das igrejas... cantaremos o medo da morte e o medo de depois da morte, e depois morreremos de medo e sobre nossos túmulos nascerão flores amarelas e medrosas". (C.Drummond A. - Congresso
Internacional do Medo).
Eu sou mãe (!!!) e ainda não tenho paranóias com relação aos meus filhos pois eles são pequenos e vivem debaixo da minha asa.
Mas tenho milhares de outras paranóias...neste mundo que está exatamente como você falou...
bjo.
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