sábado, 8 de agosto de 2009

Voltei no tempo

E me vi criança novamente ao assistir "A Fantástica Fábrica de Chocolates" agora há pouco. Criança com os dois pés na fantasia e a cabeça no mundo real, ou então os dois pés no real e a cabeça na fantasia, pois se tratando de Tim Burton não dá pra saber se é a mentira que se torna verdade ou o oposto, o certo é que ver um de seus filmes é como ler uma HQ sombria e surrealista, mas mesmo assim uma HQ. E esse não é diferente. Deixei minha porção criança vir à tona e gostei muito do que vi, como se tivesse voltado no tempo uns dez anos e, jogado no chão da sala, despreocupado total com a vida, visse a primeira versão do longa numa tarde qualquer pela tevê.

Tim Burton é mesmo um insano contador de histórias, e faz isso como ninguém. Sua assinatura é identificada imediatamente na tela, seja pelo tom mais escuro das cenas, pela caricatura exagerada dos personagens, pelos detalhes imagináveis apenas na cabeça dele dos cenários ou simplesmente pela forma de narrar a história, contada literalmente, como quem conta uma fábula à beira da cama de uma criança pra ela dormir. E eu sou muito fã dessa insanidade toda e dessa imaginação fervente que ele impõe nos seus trabalhos. Mesmo não os vendo com tanta frequência, porque às vezes tanta inovação e quebra da "normalidade" me incomodam e então eu preciso ver algo mais 'pé no chão' pra me situar e não me embriagar demais com os filmes do cara.

E o mais interessante disso tudo foi rever a mesma história sob uma ótica totalmente contrária àquela de antigamente. Até porque não se trata de um remake, mas de uma outra adaptação do mesmo livro que gerou os dois filmes, então não tinha como ser diferente. Só fiquei com uma questão mesmo em aberto: qual o motivo da referência à "2001 - Uma odisséia no espaço" na segunda metade do filme?! Que sentido e que importância tem isso pro filme?! Mas, afinal de contas, os filmes do Tim Burton tem lá alguma lógica ou sentido que necessite de explicação?! É bem provável que não...

2 comentários:

Adriano Macêdo disse...

Eu achei a nova versão um LIXO! Matou completamente a generosidade, beleza e inocência da primeira versão. Os números musicais são horríveis, a atuação das crianças são sofríveis e a própria atuação do Deep não é nem de longe a sombra do genial Gene Wilder. Uma filme para ser esquecido, ao meu ver, diferente da versão de 1971.

hilário souza disse...

Sério Adriano?! Uma pena ouvir isso.
Eu só acho meio injusto fazer essa comparação dessa meneira porque não se trata mesmo de um remake do filme de 1971, é um outro roteiro tendo apenas o mesmo livro como referência. Também gosto muito do primeiro, mas o segundo me pareceu melhor sim, e isso se deve justamente às contribuições do Tim Burton, não posso negar.

Cada um tem seus motivos pra justificar seus gostos pra tudo, e o cinema também está incluído aí. Você tem suas razões pra preferir a primeira versão. Eu continuo defendendo a segunda. Afinal, tudo é uma questão de gosto mesmo.